sexta-feira, 27 de agosto de 2010

TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo

Preocupações, dúvidas, crenças supersticiosas, tudo isso é comum no dia a dia. No entanto, quando se tornam excessivas ou são totalmente destituídas de sentido, como por exemplo, ficar dando voltas e mais voltas no quarteirão para ter certeza de que não aconteceu nenhum acidente, é necessário ficar atento. No TOC, parece que o cérebro fica atolado num determinado pensamento ou necessidade e não consegue mais se desvencilhar. Pessoas com TOC costumam dizer que os sintomas parecem um caso de "soluço mental", que não passa. No entanto, felizmente, o tratamento pode ajudar a maioria dos pacientes com TOC. Embora somente seja totalmente curável em alguns indivíduos, a maioria das pessoas atinge um alívio dos sintomas a longo prazo com um tratamento abrangente.

Quais são os sintomas do TOC?

Os sintomas do TOC podem ocorrer em pessoas de qualquer idade. Em geral provocam angústia, consomem tempo ou interferem de maneira significativa no trabalho, na vida social e no relacionamento com a família. Geralmente envolve tanto uma obsessão como uma compulsão, embora a pessoa possa ter apenas uma ou outra. No entanto, nem todo comportamento obsessivo-compulsivo representa uma doença. As preocupações normais, como medo de contágio ou contaminação, podem aumentar em época de stress, como por exemplo quando na família há alguém que está doente ou morrendo. Somente quando persistentes, destituídos de sentido ou provocarem muita angústia e interferirem com o funcionamento do indivíduo, devem os sintomas merecer atenção clínica.

Obsessões:

As obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos que ocorrem repetidamente e parecem estar fora de controle. A pessoa não quer ter essas idéias, considera-as perturbadoras e intrusivas e, na verdade reconhece que são destituídas de sentido. Pode haver preocupação excessiva com sujeira e germes e obsessão com a idéia de que está contaminada ou pode contaminar os outros. As obsessões vêm acompanhadas de sentimentos desconfortáveis, como medo, nojo, dúvida ou a sensação de que as coisas devem ser feitas "só desse jeito".

Compulsões:

As pessoas com TOC em geral tentam afastar suas obsessões pondo em prática algumas compulsões. As compulsões são atos que as pessoas realizam repetidamente, com freqüência seguindo certas "regras". As pessoas com obsessões de contaminação lavam as mãos constantemente, a ponto de torná-las avermelhadas e inflamadas. Uma pessoa pode ficar verificando incessantemente se desligou o fogão ou o ferro devido a um temor excessivo de incendiar a casa. Ou conta certos objetos sem parar por uma obsessão de vir a perdê-los. À diferença do jogo ou da bebida compulsivos, as compulsões do TOC não trazem nenhum prazer ao indivíduo. Pelo contrário, os rituais são realizados para obter alívio do desconforto provocado pelas obsessões.

Como é o tratamento para o TOC?

Os estudos científicos convergem para o tratamento conjunto de psicólogos com formação em terapia cognitivo-comportamental e de médicos psiquiatras. Assim, o cliente é acompanhado semanalmente pelo psicólogo e é avaliado pelo médico sobre a necessidade ou não de administração de medicamentos.

Portanto, ao constatar a presença de algum dos comportamentos mencionados acima o ideal é que procure fazer uma avaliação com profissional especializado.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

20 minutos tudo pode mudar - Malu e Fred



Recomendo fortemente o curta MALU E FRED do promissor diretor de cinema Rodrigo Bernardo. Nele a ciumenta Malu em uma discussão põe seu relacionamento com Fred por um fio. Ele então propõe a ela um jogo e a conduz a uma viagem dentro de si em que ela pode descobrir os limites do desconhecido e os pequenos valores que constituem uma relação a dois. O curta foi vencedor de 6 prêmios no 7o. Curta Santos: Melhor Som, Roteiro, Ator, Atriz, Direção e Filme.

por Pedro Quaresma Cardoso

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Experiência, provocações e trabalho em saúde

Em "Notas sobre a experiência e o saber de experiência", Jorge Larrosa Bondía nos provoca no sentido mais positivo que a palavra pode ter, pois estamos inseridos até o pescoço no mundo de experiências que ele critica. Se refere as experiências que eu chamaria de experiências passageiras ou sem significado. Principalmente ao pensar na educação a partir da díade experiência/sentido me questionei sobre quais professores realmente me fizeram experienciar, sentir e refletir. Foram os que me inseriram no conteúdo com autonomia suficiente para interagir com o conhecimento de forma a construí-lo e fazer parte dele. Foram poucos. Menos de 10 certamente.

No trabalho em saúde, principalmente quando se faz clínica, é desejável ter uma postura de interação genuína como paciente na qual suas queixas misturadas com nosso saber técnico possam construir a cura de seus males. Acredito que a experiência afetiva, genuína e sincera é primordial para se obter bons resultados. Para isso é necessário fugir das receitas e inovar sem se restringir ao consultório como as quatro paredes que fecham a sala. O consultório é o mundo. O consultório é a relação construída entre profissional da saúde e paciente. Justamente como entre professor e aluno. Caso contrário entramos no virar de páginas ao qual se refere Bondia: "nunca passaram tantas coisas, mas a experiência é cada vez mais rara".


FOLHA DE SP - São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2010


por Pedro Quaresma Cardoso

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Estafa Profissional - Burnout

       A estafa profissional apresenta-se como um problema que se inicia muitas vezes nos cursos pré-vestibulares e se extende para a vida profissional gerando alterações físicas como gastrites, bruxismo e cansaço, e comportamentais tais como abuso de álcool e drogas e transtornos de ansiedade (dentre eles o Transtorno de Pânico). É cada vez mais comum encontrar casos como os relatados no texto abaixo no consultório. Muitas vezes as perguntas a serem respondidas no início do tratamento são: Por que ajo assim? Onde quero chegar trabalhando dessa forma? Será que trabalhando assim consigo dar o meu melhor ou acabo fazendo mais do mesmo e cometendo mais erros? Quais são minhas alternativas?. Ao responder essas perguntas a motivação para tratar-se e buscar alternativas mais saudáveis de interação com o mundo podem ser construídas por meio treino de novas habilidades, enfrentamentos mais adequados e exposição à novas contingências. Não é tão simples assim, mas parece um bom começo.

por Pedro Quaresma Cardoso

ESTRESSE

Alunos de medicina sofrem de estafa física e emocional

DE SÃO PAULO - Mais de 40% dos estudantes de terceiro ano de medicina nos Estados Unidos têm sintomas moderados ou severos da síndrome do "burnout", termo que caracteriza esgotamento físico ou mental e está ligado à estafa profissional. Segundo pesquisadores da Universidade Emory, nos EUA, o resultado sugere que o problema, comum em profissionais da saúde, se desenvolve progressivamente ao longo da educação médica. Para chegar à conclusão, os autores avaliaram 249 estudantes, que responderam a perguntas de um questionário padrão. A pesquisa mostrou que os sintomas começam a se instalar já no primeiro ano -20% dos entrevistados apresentavam o problema no início da sua formação. Aqueles que relatavam maiores níveis de estresse e baixo suporte emocional tiveram o dobro de chance de apresentar altos índices de "burnout" do que os alunos que sentiam ter mais controle sobre suas vidas ou algum tipo de apoio psicológico.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd2308201003.htm

domingo, 22 de agosto de 2010

Pensamentos - Interdisciplinaridade


Segundo Maria Lúcia Gattás, estudiosa da área, o conceito de interdisciplinaridade se caracteriza por uma atitude de postura profissional que envolve capacidade de cooperação, humildade, respeito à diversidade, diálogo e ousadia.

Tentar fazer do conceito de interdisciplinaridade uma prática diaria é um desafio para todos nós atuantes em saúde mental e afins.

por Pedro Quaresma Cardoso