quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Trabalho, Agressividade e Função do Comportamento

"Nós tendemos a interpretar
qualquer comportamento
rapidamente baseados
nas nossas expêriencias."

Níquel Náusea - 08/09/2010 - Folha de SP


Aí está um bom exemplo da diferença entre forma (topografia) e função de um comportamento. Nós tendemos a interpretar qualquer comportamento rapidamente baseados nas nossas expêriencias. Ao observar uma atitude ou uma frase, imediatamente são feitos julgamentos e juízos de valor muitas vezes sem considerar que o outro também tem uma história de vida e provavelmente experiências completamente diferentes. Ontem conversando com um amigo sobre o assunto fui questionado sobre o que deveria ser feito quando atacado verbalmente durante uma discussão cotidiana no trabalho. Obviamente não há atitude certa a ser tomada, mas fui enfático: "Olhe para a função da agressão!". As perguntas a serem feitas são: Por que essa pessoa está me agredindo? Há alguma outra pessoa que ela gostaria de agredir? Que ganho ou alívio essa agressão traria para o agressor? Como essa pessoa age com os outros pares no trabalho? Essa pessoa está acuada ou coagida de alguma forma? Ao responder essas perguntas a atitude adequada geralmente surge naturalmente.

Muitas vezes somos agredidos verbalmente, mas os alvos são outros. Dentre eles a ideologia da empresa, os procedimentos, jogos de poder, política ou até mesmo os superiores diretos que muitas vezes não podem ser atacados. Reagindo também agressivamente é possível alimentar os problemas cotidianos e tornar o dia-a-dia mais pesado. Resumidamente é necessário não só olhar para a forma, mas sobretudo para a função dos comportamentos. Dessa forma é possível viver mais consciente das próprias atitudes e das atitudes dos outros no convívio no trabalho.

por Pedro Quaresma Cardoso