sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Psicologia: Nora x Sogra: Precisa ser difícil?

por Karina Alvarez

Relação com a sogra tem sempre que ser difícil? Que conflitos ocultos permeiam essa relação? Eis que o bebê nasce, a mãe passa a viver 24 horas ligada naquela criatura, o tempo vai passando e a criança vai crescendo, dificilmente a mãe se dá conta disso até ele apresentar: - Mãe, essa é a fulana, minha namorada. Namorada? Como assim, se ontem mesmo ela preparou o mingau do filhinho. E assim começa uma relação nora x sogra sujeita a chuvas e trovoadas.

Por um lado a namorada/noiva/esposa espera que o namorado/noivo/marido assuma sua própria família e do outro a sogra não admite que ele deixe seu papel de filho.
Na vida nós ocupamos diversos “cargos” pai, mãe, filho, filha, namorada, esposa, marido, tia, irmão. Isso sem falar no lado profissional. E cada uma desses papéis convivem dentro de nós. Para as mães, eles nunca deixarão de ser seus filhinhos e nem tem que deixar de ser, desde que o filhinho assuma suas responsabilidades e “cresça” quando está em uma relação, e a sua mãe incentive isso, mesmo que quando ele visite a mamãe ela faça seu pratinho na hora do almoço. E o que é que tem de mais?

É tudo uma questão de equilíbrio. Esse cabo de guerra muitas vezes é superado com concessões de ambos os lados. Existem sim muitas relações conflituosas nora x sogra, mas também há conhecimento de relações tão bonitas desse tipo que nos fazem acreditar que com um pouquinho de paciência e tolerância de ambas as partes a família tende a crescer e não rachar ao meio.

O homem fica no meio de dois pólos importantíssimos de sua vida, a mulher que ele escolheu e a mãe, nenhuma pode em absoluto ocupar o lugar da outra, isso não existe e quando se aceita essa condição tudo se torna mais fácil. Se o respeito predominar e cada uma respeitar o espaço da outra esses dois pólos não precisarão ser opostos e sim complementares.

Características pessoais de personalidade influenciam e muito nessa relação assim como em todas as outras e é exatamente nisso que deve-se estar atento, certamente o domínio que a sogra exerce sobre o filho é apenas um reflexo do seu comportamento de um modo geral.

As noras certamente não sabem como é difícil abrir mão de um filho para que ele vá viver com outra pessoa, mas elas um dia saberão, pois terão os seus próprios filhos e as sogras um dia também já passaram por situação semelhante ao se casarem com filhos de outras mulheres. Existem sogras que aprenderam com sua própria experiência e procuram fazer diferente em sua relação com as noras. E as noras, que um dia serão sogras, também terão essa oportunidade. É um ciclo sem fim. Essa é a reflexão que deve estar aberta nessa relação. Não existe vítima ou vilão apenas duas pessoas exercendo papéis da forma como a vida ensinou a elas. A receita para melhorar essa relação? Paciência, muita paciência de ambos os lados, uma pitada de bom humor, rir da vida é o melhor remédio, saber ceder as vezes e lembrar que no meio disso tudo existe um homem que não saberia escolher entre um lado e outro.


 



Relato real: Quando eu me casei todos queriam conhecer meu novo lar, inclusive a minha sogra. Eu ainda estava ajeitando a disposição dos móveis quando ela cismou que determinado móvel deveria ficar de um jeito X. Eu queria de um jeito Y e falei isso pra ela. Ela começou a contra-argumentar quando eu parei e pensei que aquilo poderia acabar em uma grande discussão, afinal eu estava na MINHA casa e ali quem manda sou eu, apenas este argumento poria fim a situação, mas eu acabaria causando um constrangimento desnecessário. Deixei ela colocar o móvel onde ela queria, quando ela foi embora eu mudei de lugar novamente. Acho que ela nunca percebeu e eu poupei toda a família de uma situação constrangedora.”
M., 28 anos, casada.

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