segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Não consegue parar de comer? Saiba se precisa de ajuda: o que é o Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica?

Por Joana Carvalho Ferreira


Transtornos Alimentares são distúrbios psiquiátricos de etiologia multifatorial, caracterizados por padrões e atitudes alimentares perturbadas.

O DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) classifica oTranstorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) como um transtorno alimentar sem outra especificação, diferenciando-o da anorexia e bulimia nervosa.

No TCAP há a presença de episódios de compulsão alimentar sem a utilização de mecanismos compensatórios para o controle de peso (como purgação, jejum, entre outros). Quem apresenta o transtorno experimenta perda de controle sobre a quantidade de alimento ingerido em um determinado período de tempo (por exemplo, por um período de duas horas) e somente interrompe a alimentação quando se sente muito desconfortável.

Além disso, é muito comum que os episódios de compulsão alimentar ocorram em segredo e apresentem-se associados a intensos sentimentos de angústia, vergonha e culpa.Importante notar que pessoas que beliscam o dia todo, mas em pequenas quantidades, estão excluídas, já que o período de tempo bem definido e a quantidade de alimento neste período são critérios para o diagnóstico.
Apesar de não ser possível estabelecer uma relação de causalidade, o TCAP tem uma prevalência maior na população de indivíduos obesos quando comparado com a população geral. Estudos clínicos mostram que nos obesos que procuram tratamento, o transtorno apresenta-se em aproximadamente 30% dos casos, enquanto a prevalência é de 3 a 5% na população geral.

Outra característica importante diz respeito à presença de comorbidades. Pessoas com o transtorno apresentam alta prevalência de psicopatologia geral – como depressão e ansiedade – e psicopatologia alimentar – perturbações com a imagem corporal.

É importante considerar que a presença de episódios de compulsão alimentar não é suficiente para o diagnóstico do transtorno. Fatores como a intensidade e duração dos sintomas são essenciais para o entendimento do mesmo. O fundamental é ficar atento aos sintomas e sempre procurar ajuda especializada.

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