sábado, 21 de agosto de 2010

Americano trata doença mental só com drogas. E os Brasileiros?

No texto abaixo fica a evidência de algo que vivemos na prática com muitos serviços de saúde no Brasil. De fato, muitos profissionais preferem tabalhar sozinhos e isso vale tanto para psiquiatras como para psicólogos.  No entanto, o tratamento medicamentoso em conjunto com a psicoterapia promove ganhos evidentes tanto para pacientes como para os profissionais que os tratam. Tenho tido boas experiências com alguns psiquiatras em Santos que privilegiam o trabalho em parceria com outros profissionais da saúde como psicólogos e terapeutas ocupacionais. Esse trabalho pode ser iniciado simplesmente com a troca de informações clínicas e de impressões técnicas sobre os pacientes em comum. Por fim, a postura interdisciplinar requer humildade para interagir com outras disciplinas para que todos saiam beneficiados. Tanto os pacientes como os prórios profissionais.

Por Pedro Quaresma Cardoso


FOLHA DE SP: 21 de agosto de 2010

Americanos que sofrem com problemas psiquiátricos estão sendo tratados mais com remédios do que com psicoterapia. Tanto a prática da terapia exclusiva quanto a da combinada com drogas caiu em dez anos, demonstra pesquisa publicada no "American Journal of Psychiatry". O estudo usou dados colhidos pelo governo dos EUA em 1998 e em 2007. Nesse período, o percentual de americanos que recebem cuidados para a saúde mental tratados só com remédios subiu de 44% para 57%. O tratamento combinado com remédios e terapia caiu de 40% para 32%. "Isso representa uma mudança dramática no tratamento da saúde mental", afirmou Daniel Carlat, professor de psiquiatria na Universidade Tufts, não envolvido com o estudo. "O mais preocupante é a queda de 20% no tratamento combinado de terapia com remédio." Esse tipo de tratamento combinado costuma ser o mais eficaz, disse o médico. Para Mark Olfson, professor de clínica psiquiátrica na Universidade Columbia, em Nova York, e um dos autores da pesquisa, esses números podem indicar um aumento no número de pessoas que recebem atendimento para saúde mental. O problema, segundo ele, é que os tratamentos oferecidos hoje podem não ser os melhores possíveis.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd2108201001.htm

Um comentário:

  1. Parabéns Pedro e Valessa pela iniciativa de criar um espaço de debate e reflexão em psicologia, importante tanto para romper com alguns estereótipos veiculados pela mídia (como o discurso do Dunga), dos quais perpetuam preconceitos e idéias equivocadas dentre o público leigo; bem como para nós, profissionais da área da saúde mental, podermos manejar questoes relativas ao futuro da psicologia no Brasil. Por isso mesmo, achei pertinente o nome escolhido "agir e pensar". Um abraço, Fabi Esteca.

    ResponderExcluir