CFP repudia demissão da psicóloga Maria Rita Kehl pelo jornal O Estado de S.Paulo
No dia 2 de outubro de 2010, a psicanalista e psicóloga Maria Rita Kehl, colunista do jornal O Estado de S. Paulo publicou artigo intitulado “Dois pesos” no qual questionou a desqualificação do voto da população pobre e fez comentários sobre o programa Bolsa Família, do governo Lula. O texto gerou grande repercussão na internet e mídias sociais nos últimos dias e culminou com a demissão da colunista no dia 6 de outubro. Segundo ela, a justificativa dada pelo jornal foi que Maria Rita cometeu um “delito” de opinião.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) repudia a demissão de Kehl, solidariza-se a ela e externa preocupação com a atitude do Estadão que, ao demitir uma articulista que se posiciona de maneira contrária ao discurso do jornal, fere o direito à liberdade de expressão e de pensamento. Ou não é para garantir a diversidade de opiniões que os jornais, além de editoriais, publicam artigos?
A grande mídia tem acusado o governo de cercear a liberdade de expressão e o Estadão há meses questiona um processo de censura. Entretanto, a demissão da colunista expõe a fissura entre o discurso da mídia que se diz ameaçada em sua liberdade de expressão e suas práticas cotidianas, restritivas à liberdade de opinião.
Apesar de você
por Fabiana Esteca
Ultimamente temos acompanhado na mídia um festival de notícias desencontradas, omissões, distorções, nos deixando perplexos frente aos principais veículos de comunicação. Esta realidade ficou de tal modo descarada que a imprensa anda perdendo a credibilidade. O que não é de hoje, mas ganhou peso principalmente por conta das eleições e piorou com a campanha do segundo turno.
Um vídeo bastante comentado nos últimos dias, em que o jornalista Paulo Beringhs pede demissão ao vivo, por não corroborar com a posição parcial que lhe estava sendo imposta, na emissora de TV Brasil Central, de Goiás, é mais um ícone escrachado desta realidade.
Claro que a isenção total de um posicionamento não é possível, mas o que é vergonhoso, de fato, não é a expressão de uma opinião, é não querer mostrar a integralidade dos fatos, ou mesmo vetar aqueles que mencionam outro ponto de vista. A função do jornalismo é justamente essa, apresentar os fatos, permitir que haja um debate honesto. Quando se suprime esse direito da população, beiramos o autoritarismo midiático, disfarçado e maquiado, o que é ainda mais perigoso.
A frase de Voltaire, lembrada por Eugenio Bucci em publicação recente diz o seguinte:
“não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê- las”
Parece que o valor da liberdade de opinião anda mais distorcido do que nunca. Bom seria se os detentores de informação pensassem assim.
Viramos reféns de uma imprensa enviesada, que expõe uma opinião e finge que a outra simplesmente não existe. É lamentável que estejam querendo vetar nosso direito de ponderar, de debater idéias divergentes e ter um pensamento crítico. Porém, temos um instrumento poderoso, a Internet, que cria movimentos de protesto, de alcance quase viral, quando a democracia não se faz valer.
A midia apoia quem vai apoiá-los depois. A falta de parcialidade dos meios de comunicação gera esse tipo de coisa no qual os profissionais tem que se submeter a opinião dos donos, que com certeza recebem um bom dinheiro para apoiar esse ou aquele partido
ResponderExcluirÉ meu grande Thimoteo!!! Quem quem podemos acreditar? Pedro
ResponderExcluirDefinitivamente faltou um pouco de Paulo Freire, tanto nos meios de comunicação quanto no governo Lula:
ResponderExcluirSeguem frases celebres do nosso amado Pedagogo:
"Além de um ato de conhecimento, a educação é também um ato político. É por isso que não há pedagogia neutra."
" A construção do conhecimento se faz através do diálogo"
"Se aprende com as diferenças e não com as igualdades"