quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Psiquiatra diz que a medicina transformo​u comportame​ntos normais em doença

JULIANA VINES
DE SÃO PAULO

A "caixa da normalidade" está cada vez menor e a culpa é do excesso de diagnósticos de doenças mentais, diz o psiquiatra americano Dale Archer, autor do best-seller "Better than Normal", recém-lançado no Brasil com o título "Quem Disse que É Bom Ser Normal?" (Sextante, 224 págs., R$ 24,90).

Archer, 57, é psiquiatra clínico desde 1987 e fundou um instituto de neuropsiquiatria em Lake Charles, Louisiana (EUA). Em 2008, ele notou que havia algo errado com os seus pacientes: a maioria dizia ter um transtorno mental e precisar de remédios --só que eles não tinham nada.

'É mais cômodo dar remédio do que fazer terapia', diz mãe

"Estamos 'patologizando' comportamentos normais. E isso não é só culpa da psiquiatria", disse Archer, à Folha, por telefone.

Um quarto dos adultos americanos têm uma ou mais doenças mentais diagnosticadas, segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA. "Isso está errado. Há uma gama de comportamentos que não são doença."

Editoria de Arte/Folhapress

Em um ativismo "pró-normalidade", Archer descreve oito traços de personalidade comumente ligados a transtornos, como ansiedade, e afirma que não há nada errado com essas características, a não ser que sejam muito exacerbadas.

"O remédio tem que ser o último recurso, e não é o que eu vejo. As pessoas entram em um consultório e saem com uma receita médica. A psicoterapia é subestimada."

De outubro de 2012 a setembro de 2013, o mercado de antidepressivos e estabilizadores de humor movimentou mais de R$ 2 bilhões no Brasil, segundo dados da consultoria IMS Health. Nos últimos cinco anos, o número de unidades vendidas desses remédios cresceu 61%.

Para Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, os diagnósticos aumentaram, sim, mas da mesma forma como aumentou os de outras doenças, de diabetes a câncer. "Isso é resultado da evolução da medicina e da facilidade de acesso."

O mesmo pensa o psiquiatra Fabio Barbirato, da Santa Casa do Rio de Janeiro. "Também aumentou o número de prescrições de insulina e anti-hipertensivo. Isso ninguém questiona. Mas quando se fala de mente, da psique, todos têm uma opinião", afirma.

Segundo Silva, o problema é o subdiagnóstico. Para ele, há mais deprimidos sem tratamento do que pessoas sem depressão sendo tratadas.

Barbirato dá como exemplo o TDAH (transtorno do deficit de atenção e hiperatividade). "O número de crianças com prescrição de remédios não chega a 1,5% no Brasil, e a estimativa mais baixa de presença de TDAH no país é de 1,9%. Há crianças sem tratamento."

CRITÉRIO ANTIGO

Para a psicóloga Marilene Proença, professora da USP, a sociedade está "medindo" as crianças com réguas antigas. "Os critérios de diagnóstico de TDAH esperam uma criança que brinque calmamente, que levante a mão para perguntar algo. Isso não condiz com o papel da criança na sociedade. Ela está exposta a muitos estímulos e é tudo muito competitivo", diz.

Para a psiquiatra e psicanalista Regina Elisabeth Lordello Coimbra, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, as pessoas estão menos tolerantes às emoções.

"Há pouco lugar para a tristeza. E a exaltação e excitação são confundidas com felicidade. Vivemos de uma forma mais estimulante, na qual emoções mais depressivas, reflexivas, não têm espaço."

De acordo com Silva, o que caracteriza a doença mental é a gravidade dos sintomas. "Deixa de ser normal quando a pessoa tem prejuízo, quando está tão triste que não consegue sair da cama."

Ele argumenta que "invariavelmente" encaminha os pacientes para a psicoterapia. E garante: nem sempre eles saem do consultório com uma receita médica.


FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/11/1366864-psiquiatra-diz-que-a-medicina-transformou-comportamentos-normais-em-doenca.shtml

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Como mudar certos hábitos?

Confira partes do texto da entrevista do psicólogo Pedro Quaresma Cardoso à Revista AT do Jornal A Tribuna de Santos publicada em 20/10/2013.


por Joyce Moyses (edições nossas)

Se existe o desejo, mas você não tem coragem ou não sabe como começar, reunimos uma porção de dicas! E veja como ganhar mais satisfação, liberdade de ação e jogo de cintura.



Todos nós queremos transformar alguma coisa, sacudir o dia a dia com novidades, trocar maus hábitos por bons, para acompanhar a evolução do mundo acelerado em que vivemos e nos tornarmos pessoas melhores e ricas em saúde e experiências. A questão é como tirar do nosso caminho inseguranças e medos diante do novo, do desconhecido. E, mais ainda, como vencer a preguiça de tentar algo diferente, mas que exige esforço pessoal. Que bom que o pensamento tem poder infinito, mexe com o destino, cria uma expectativa positiva que favorece o processo de vitória. Satisfação chama satisfação.

O músico Gabriel, O Pensador também já deu pitaco nesse assunto: “Na mudança do presente a gente molda o futuro...”. E quem não reparou no slogan das recentes manifestações nas ruas: “Desculpe o transtorno, estamos mudando o país!”?
O que esses três pensamentos têm em comum: sem mudanças não teríamos chegado até aqui, e a questão é que elas ficaram mais rápidas e necessárias. Mas será que estamos acompanhando no mesmo ritmo? O lema de Gabriela “eu nasci assim, eu cresci assim...” não cola mais. O desafio é aceitar uma nova forma de pensar sobre nós mesmos para evoluir nossos hábitos. Então, ganhe coragem e ferramentas de mudança com estas dicas:
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      Desenvolva autocontrole.
Quando pensamos em mudanças, pensamos em pessoas que têm uma motivação, uma intenção, uma inclinação capaz de leva-las a situações ou lugares novos. “Mas só isso não garante que elas serão bem-sucedidas”, alerta o psicólogo especialista em psicoterapia comportamental, Pedro Quaresma Cardoso, mestre em ciências da saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“É o autocontrole que ajudará a tomar atitudes e persistir nelas, aumentando as chances de conquistar hábitos melhores. Por exemplo, se eu resolvo frequentar uma academia, passo a deixar uma sacola com agasalho e tênis no carro para facilitar e não desisto na segunda semana. Se pretendo colocar meu filho numa escola mais forte, investigo opções com experts e visito algumas até escolher a mais adequada. Ou seja, faço algo antes, prevendo que isso modificará o meu ambiente e tornará provável que meu objetivo seja alcançado”.

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      Liberte-se do imediatismo.
No geral, você passa por desafios até atingir a mudança. “É importante resistir à tendência do ser humano de agir com base nos reforçadores imediatos (aquilo que é gostoso, confortável naquele momento). Afinal, muitas vezes você tem de segurar a impulsividade e encarar ações temporariamente desconfortáveis durante o processo de mudança: como vencer a preguiça e a temperatura fria para suar a camiseta na aula de aeróbica. Na prática, botar esforço pessoal e assar pelos desafios é complicado, especialmente para essa geração mais jovem, de no máximo 30 anos, acostumada a ter tudo na mão, na hora que deseja. Só que quem fica aprisionado ao imediatismo e não devolve autocontrole, mais dificilmente consegue avançar num esporte, perder peso, dar uma virada de 180 graus na carreira... e por aí vai”, explica Pedro Quaresma, que atua no Instituto Agir e Pensar de Psicoterapia Analítico-Comportamental, em Santos.

Zona de desconforto
Pesquisas mostram que os mais perseverantes e com autocontrole relatam maior satisfação com a vida. “escapam das tentações que atrapalham seu objetivo e alcançam objetivos, alinham hábitos aos seus valores, mudam comportamentos”, continua Pedro.
Ouve-se muito que a pessoa resiste a mudar por ficar na zona de conforto. Mas, na verdade, é mais zona de desconforto, pois ela poderia estar melhor, embora mantenha os braços cruzados. Fica naquela coisa de “não está bom, mas não mexo”, típica de quem se enreda em atividades tediosas, tem rotina sedentária e sente solidão, por exemplo. “O autocontrole ajuda a sair dessa zona de desconforto porque você se conhece, percebe como fazer diferente e toma atitudes para que a mudança seja alcançada”, reforça o psicólogo.
Um hábito da atualidade que as pessoas deveriam mudar? O aprisionamento nas redes sociais, na opinião de Pedro, referindo-se ao comportamento de ficar grudado no computador ou celular olhando os últimos posts. “Você supostamente se sente bem informado, antenado, conectado com tudo e todos, sem se dar conta de que alimenta um incômodo interno, uma insatisfação. Está na hora de resgatar hábitos fora das telas virtuais, como encontrar pessoas, relaxar a mente andando na praia e olhando para o infinito”.
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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Não consegue parar de comer? Saiba se precisa de ajuda: o que é o Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica?

Por Joana Carvalho Ferreira


Transtornos Alimentares são distúrbios psiquiátricos de etiologia multifatorial, caracterizados por padrões e atitudes alimentares perturbadas.

O DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) classifica oTranstorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) como um transtorno alimentar sem outra especificação, diferenciando-o da anorexia e bulimia nervosa.

No TCAP há a presença de episódios de compulsão alimentar sem a utilização de mecanismos compensatórios para o controle de peso (como purgação, jejum, entre outros). Quem apresenta o transtorno experimenta perda de controle sobre a quantidade de alimento ingerido em um determinado período de tempo (por exemplo, por um período de duas horas) e somente interrompe a alimentação quando se sente muito desconfortável.

Além disso, é muito comum que os episódios de compulsão alimentar ocorram em segredo e apresentem-se associados a intensos sentimentos de angústia, vergonha e culpa.Importante notar que pessoas que beliscam o dia todo, mas em pequenas quantidades, estão excluídas, já que o período de tempo bem definido e a quantidade de alimento neste período são critérios para o diagnóstico.
Apesar de não ser possível estabelecer uma relação de causalidade, o TCAP tem uma prevalência maior na população de indivíduos obesos quando comparado com a população geral. Estudos clínicos mostram que nos obesos que procuram tratamento, o transtorno apresenta-se em aproximadamente 30% dos casos, enquanto a prevalência é de 3 a 5% na população geral.

Outra característica importante diz respeito à presença de comorbidades. Pessoas com o transtorno apresentam alta prevalência de psicopatologia geral – como depressão e ansiedade – e psicopatologia alimentar – perturbações com a imagem corporal.

É importante considerar que a presença de episódios de compulsão alimentar não é suficiente para o diagnóstico do transtorno. Fatores como a intensidade e duração dos sintomas são essenciais para o entendimento do mesmo. O fundamental é ficar atento aos sintomas e sempre procurar ajuda especializada.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Análise do comportamento e autismo



DANIEL DEL REY, DENISE VILAS BOAS E JOÃO ILO
Análise do comportamento e autismo
"Rituais autísticos" decorrem de sensibilidade alterada a estímulos ambientais, dificuldade de integração e ausência de repertórios
Em artigo publicado nesta seção, a presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Nilde Jacob Parada Franch ("Autismo e psicanálise", 13/9), referiu-se à abordagem da psicologia comportamental para o tratamento de autismo de forma simplista e equivocada.
No passado, o autismo foi visto como resultado de problemas emocionais e o tratamento recomendado era a genérica psicoterapia.
Com o avanço das neurociências, da genética e da própria psicologia, passou a ser compreendido como um problema de desenvolvimento. Referência mundial para a psiquiatria, o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) corrobora esse entendimento.
O foco das intervenções passou então a ser educacional, visando a desenvolver e aprimorar habilidades e repertórios necessários para o bem-estar e a inserção social do autista.
Foi nesse cenário que a tecnologia de ensino e de aprendizagem compreendida na ABA (análise comportamental aplicada) se sobressaiu e se tornou o tratamento privilegiado para pessoas com quadro do espectro autista. Isso se deve ao fato de a ABA historicamente ter se mostrado eficaz, e não pela propaganda de supostos benefícios.
Os "rituais autísticos" mencionados por Nilde Franch, convém esclarecer, podem ter, em alguns casos, função de esquiva social, conforme ela mencionou. Mas, na maioria das vezes, decorrem da sensibilidade alterada do autista a estímulos ambientais, dificuldade de integração sensorial e ausência ou deficit acentuado de repertórios comportamentais básicos, como expressão verbal e aspectos paralinguísticos (expressões faciais, entonação da fala...).
O estereótipo da psicologia comportamental como um método baseado em repetição e recompensa não passa de desconhecimento.
A análise do comportamento não é um método, mas uma abordagem científica que examina a interação do sujeito com o seu entorno. Sua tecnologia de intervenção é efetiva porque articula um referencial teórico-conceitual sólido e dados empíricos robustos. Os métodos são embasados em estudos --atendimento em consultório e acompanhamento terapêutico no ambiente em que o cliente vive possibilitam a identificação de suas necessidades e o seu desenvolvimento.
Basta consultar o banco de dados de periódicos como o "Jaba" (Jornal da Análise Comportamental Aplicada, na sigla em inglês) e os mais de 200 artigos sobre o autismo ali publicados para se conhecer os avanços científicos obtidos na área.
Uma intervenção comportamental bem planejada tem de incluir o desenvolvimento de linguagem funcional, ensino de habilidades sociais, organização de rotina e estabelecimento de metas acadêmicas.
Não é simplismo desenvolver pré-requisitos para se alcançar essas metas e para extinguir comportamentos autolesivos e estereotipados. Desses pré-requisitos dependem também o bem-estar do cliente e a possibilidade de um futuro com independência, produtividade acadêmica e equilíbrio emocional.
Autismo é um transtorno grave que, se não for cuidado adequada e precocemente, comprometerá aspectos básicos para a sobrevivência e qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com o problema. Seu tratamento exige a participação de equipes interdisciplinares envolvendo psicólogos comportamentais especializados, médicos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.
A preocupação com a eficácia do tratamento é legítima. Famílias, órgãos governamentais e a sociedade precisam estar cientes dos riscos que despender tempo e recursos com propostas sem eficácia comprovada cientificamente representam. Tratamento inadequado pode resultar em consequências devastadoras para o desenvolvimento social, acadêmico e afetivo do autista.

domingo, 20 de outubro de 2013

Criança que não dorme em horário fixo tem mais problemas de comportamento

Após um estudo com mais de 10 mil crianças, pesquisadores britânicos concluíram que a falta de horários regulares para dormir pode aumentar os riscos de problemas comportamentais e emocionais na infância. O resultado da investigação foi divulgado ontem, dia 14, pela revista científica Pediatrics.







De acordo com os pesquisadores, dormir pouco ou em horários irregulares são medidas que atrapalham o ciclo circadiano - sistema que ajuda o corpo a regular o apetite, os horários de sono e o humor. "Alterar constantemente a quantidade de horas dormidas por noite ou ir para a cama em horários diferentes a cada dia é como bagunçar o relógio biológico. Isso interfere na forma como o corpo será capaz trabalhar no dia seguinte", diz a coordenadora do estudo, pesquisadora Yvonne Kelly, da University College London.
O trabalho aponta que as crianças que não tinham horário fixo para dormir apresentaram, em comparação aos colegas que se deitavam todos os dias no mesmo horário, quadros mais acentuados de tristeza, hiperatividade e ansiedade. Além disso, envolveram-se mais em brigas com colegas.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram 10.230 crianças da Grã-Bretanha. Os hábitos de sono dos voluntários, como a quantidade de horas dormidas e o horário em que se deitavam, foram estudados quando as crianças tinham 3,5 e 7 anos de idade. Informações sobre os fins de semana não foram levadas em conta. Pais e professores das crianças estudadas responderam questionários sobre o comportamento delas.
Diante dos resultados, os autores reforçam a importância de os pais se esforçarem para criar uma rotina para os filhos e defendem que o assunto seja conversado com o pediatra durante as consultas médicas.

domingo, 1 de setembro de 2013

Alzheimer: perguntas e respostas

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a morte acelerada dos neurônios em todas as regiões do cérebro. É um processo difuso que danifica desde as áreas da memória até os centros motores, responsáveis pela locomoção. À medida que a doença evolui, as funções cerebrais vão ficando cada vez mais comprometidas e outros campos vão sendo afetados, como a linguagem, a razão e a habilidade de cuidar de si próprio.

Qual a causa da doença?
 
Não se sabe ao certo a origem do problema. Estudos apontam que algumas mudanças nas células cerebrais poderiam interferir nas funções cognitivas do paciente, mas não há nada concreto. A idade seria um dos grandes fatores de risco para desenvolver o Alzheimer, mas a predisposição genética também, o que pode justificar casos de desenvolvimento precoce.

Pelo que se sabe até aqui, a doença começa quando há erros no metabolismo de proteínas, como o beta-amiloide, o que provoca acúmulo de placas tóxicas. Também pode haver alterações na proteína tau, o que destrói o esqueleto celular. Ambos os processos levam a uma morte acentuada de células nervosas no cérebro.
 
Quais são os principais sintomas?

O primeiro deles é a perda da memória recente - como os eventos vividos horas antes. É importante apontar que um esquecimento ocasional não deve ser entendido como sinal da doença. Lapsos de memória só sinalizam a doença quando interferem nas atividades diárias da pessoa.

Além da perda da memória progressiva, o paciente também começa a ter dificuldade para raciocinar, se planejar e, com o tempo, até se comunicar e se locomover. Em boa parte dos casos, surgem ainda a agitação, a ansiedade e a depressão.

Como é feito o diagnóstico?

Não há um exame específico capaz de apontar o Alzheimer. O médico costuma diagnosticar o mal após realizar testes neurológicos e cognitivos para descartar outras doenças. O profissional também leva em conta informações sobre as mudanças de comportamento do paciente, colhidas em entrevistas com ele e com sua família.

Há tratamento para o Alzheimer?

Sim. Existem medicamentos que ajudam a impedir o avanço rápido da doença em seus primeiros anos, mas não há cura. Após o diagnóstico e a orientação médica, o tratamento é iniciado com doses baixas, de modo a diminuir os efeitos colaterais que podem surgir. Os familiares também passam por um processo de orientação em que aprendem mais sobre o que é a doença e como lidar com o paciente.

Existem estudos recentes sobre a doença?

Uma alternativa apontada pelas novas pesquisas seria o efeito neuroprotetor do lítio. A substância impede a atuação de processos metabólicos que causam o Alzheimer, como a formação das placas de beta-amilóide e as alterações da proteína tau - que seriam alguns dos prováveis mecanismos da doença.

Quantas pessoas sofrem de Alzheimer?

Estima-se que 10% das pessoas com mais de 65 anos e 25% daquelas com mais de 85 anos podem apresentar Alzheimer. No Brasil, dos 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos, cerca de 6% apresentam a doença, ou seja, em torno de 1,2 milhão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número deve crescer bastante até 2030, devido ao envelhecimento da população global e ao aumento de casos relacionados à demência.



Fontes: http://www.estadao.com.br/especiais/alzheimer-conheca-a-doenca-e-saiba-a-importancia-do-diagnostico-precoce--,182698.htm Academia Brasileira de Neurologia (Abneuro), Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) e Wagner Gattaz, professor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.